quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Senhorinha
A casa esta sempre arrumada. O corpo presente na cama, mas a mente viaja nos sonhos, desejos e imaginação. Abraça como travesseiro, idealizando sua companhia ideal. Questiona-se sobre a veracidade da existência de um ideal, não seria apenas uma lista no bloco de notas escritas a lápis facilmente apagada em qualquer mudança de pensamento? A fronha sempre esta limpa, não percebe quem a trocou. Dorme de boca aberta, babando aos delírios do subconsciente. Enquanto isso, deitada, esta ao lado em companhia da proteção. Amor o qual não fez por merecer, mas destina-se a lhe conceder todo e qualquer pedido. Aos oitenta e um anos, não dá valor às coisas que estão no devido lugar. Se nunca foi, menos agora poderá ser. Das alegrias que o acaso lhe proporcionou, entristece pelas ilusões que a tv lhe introjeta na sua mente. A casa continua arrumada, e de nada isso importa se o mundo lá fora não é como quando fecha os olhos e sonha. Ao abri-los, esquece de olhar ao outro lado da cama. Nunca esteve sozinha. Acha que é incompreendida, mas é apenas uma ingênua senhora menina.
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